sexta-feira, 28 de maio de 2010

Meu ouvido ainda é penico!

Eu tenho todos os motivos do mundo para ser um músico frustrado. Mas não sou. Um dos motivos que poderiam ter me abalado, foi o fato de não ter feito sucesso nacional com alguma coisa que tenha composto. Ouvi muitas vezes da minha mãe, para eu parar com esse negócio. Mas todas as vezes que eu pego no meu violão, acabo tocando uma coisa que nunca havia tocado e fico pensando como gravar a música. Eu tenho banda – a milionésima – desde que comecei a tocar. Mas, desde os 15 anos, quando formei a primeira banda, nunca passou pela minha cabeça fazer sucesso tocando música imbecil.

Esse não deve ser um problema só meu, mas de milhares de outros caras que chacoalham um violãozinho. Quantas pessoas devem existir com milhares de músicas boas gravadas e na cabeça? E, no entanto, somos vítimas de petardos como “Rebolation”, “Tchakabum” (esse nome é terrível!), “Segura o Tchan” e tantas outras coisas, para ficar só no nível nacional.

Meu problema não é o fato de essas músicas existirem. Pelo contrário. Existem pessoas que acham poderes milagrosos e curativos bebendo urina. O maior problema é quando essas músicas são tocadas até não existir mais uma viva alma que não saiba cantá-la! Na época da falecida “Companhia do Pagode” e sua “Dança da Garrafa”, eu era o primeiro a chutar a garrafa na qual estivessem rebolando as pessoas. Achava e acho aquilo ultrajante e humilhante para qualquer um, mesmo quem dançava por sua própria vontade. Não aceito o fato de o mundo em que meu filho vai viver, ser um mundo totalmente erotizado. Para tudo que se faça, seja música, filme, peça de teatro e até objetos normais, aja um conteúdo sexualizado. Quem acha que uma criança dançando funk, rebolando como se fosse uma daquelas dançarinas, “bonitinho”, precisa mudar muito a sua forma de ver as coisas, pois ela está deturpada.

Por fim, quando existem artistas que, de alguma forma, fazem uma música, com um contexto musical – seja axé, samba, pagode, ou até rock – com letras diferentes, que levam você à reflexão, esse artistas não tem o mesmo espaço de divulgação massacrante que as músicas alienantes tem. Pode-se argumentar que música é para divertir, para descontrair em virtude dos dias pesados e angustiantes que todo mundo tem. Mas música é uma forma de arte e se a arte é uma forma de expressão e conscientização do ser humano, ela não pode ser simplesmente banalizada.

O mais incrível – sem querer entrar no aspecto religioso, mas entrando - é que, quando se fala da música Gospel, ou evangélica, como queiram, as pessoas torcem o nariz e dizem que é uma música horrível. Claro, existem sempre músicas chatas, em qualquer estilo musical. Mas como as pessoas podem ignorar o fato de nessas músicas haver uma mensagem importante, muitas vezes consoladora e simplesmente, descartá-las e não dar, literalmente, ouvidos?
Não estou fazendo defesa da música gospel! Só estou falando em nome da lógica! Afinal de contas, um monte de gente, que nem católico, nem umbandista é, canta músicas que fazem exortação a São Jorge, Santa Clara, Iemanjá, Oxum e por aí vai. Por que o sujeito não consegue aceitar um música que simplesmente, fala de Deus? O superior.

Desculpe, se falo e escrevo para mentes que discordam do que eu estou dizendo. O mundo é feito dessas diferenças mesmo. Este post é só para reclamar um espaço que a boa música, seja ela, funk (Rap do Silva), axé (Xibom Bombom), Samba (Bom Ambiente, Zé do Caroço) e qualquer outra. Por mais que eu goste muito de rock, mas tem muita coisa boa por aí. 

Inté.

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