sexta-feira, 23 de outubro de 2009

Favelas, Camarões e o Rio de Janeiro

Sei que o último post também foi sobre um filme. Mas me cocei, e não pude deixar de ver como Distrito 9 é a atual parábola para explicar a situaão do Rio de Janeiro.

O filme estreiou no Brasil na última sexta (16/10), Mas eu já o vi há um bom tempo, desde agosto. Mas, justamente agora, quando se discute ação policial, invasão de favelas e aumento do poder de fogo da criminalidade, o filme é muito importante para o nosso contexto.

Pra começo de história, a assinatura de Peter Jackson, o criador de "Senhor dos Anéis" nos cinemas, já é um bom cartão de visitas. Segundo, mesmo sendo um diretor estreante, Neill Blomkamp, soube muito bem o que fazer com os 30 milhões de dólares que recebeu para fazer a película: filmou em uma verdadeira favela em Joanesburgo, África do Sul, contratou atores locais e desconhecidos e o resto gastou em efeitos especiais.

O que fica é uma impressionante história, com ritmo e jeito de documentário, sobre uma nave alienígena, que parou sobre os céus de Joanesburgo há 20 anos atrás, trazendo um problema enorme e inédito para a Terra. Solução: criar um espaço só para os aliens, ou "camarões" como são chamados no filme.

Quando a remoção desses "camarões" para uma outra área envolve Wikus van Werme, um simples funcionário de gabinete nas empresas no sogro, a temida WNU, as coisas mudam de figura e os alienígenas criados pela equipe de Peter Jackson, passam mais emotividade do que se imagina.

Portanto, em tempos onde favelas e invasões delas são o assunto do momento, corra para o cinema para ver Distrito 9.


terça-feira, 20 de outubro de 2009

Zona do Crime

Chegamos um tempo, como disse no post anterior, onde a maldade e a crueldade andam de mãos dadas e parece que não vão se separar. Evidentemente, se você não tem sangue de barata, é possível se indignar.

Nesses tempos de violência em que vivemos, provavelmente, chegaremos a nos igualar aos marginais. Arderá em nosso interior a vontade de fazer jusça com as próprias mãos. E por isso mesmo, é que esse filme, ou o trailer dele, está aqui.

Aclamado mundo afora no ano passado, "Zona do Crime" é um thriller mexicano que se passa dentro dos condomínios que oferecem todos os luxos e comodidades que todos querem. Oferece também toda a segurança e escapismo que quem pode pagar, pede para viver nesses lugares. Mas justamente, quando se pensa que a segurança habita dentro do lado de dentro, a violência se faz presente mesmo onde não se imagina: do lado de dentro.

À medida em que os meandros do crime são revelados, mais e mais convencidos ficamos de que lado está a verdade. Mas, como já dizia minha avó: "O Destino é uma velha esgasgada!"

Veja o Trailer, depois procure o filme e tire suas conclusões!

Banditismo por Necessidade?

Acho que é hora de eu agradecer porque estou vivo. Acho que é hora de eu agradecer por ter tido todas as oportunidades que minha mãe pôde me dar. Acho que é hora de agradecer por sempre gostar de estar dentro da escola. Hora de agradecer por ter tido professores que me ensinaram tanto, que me ensinaram a dar valor à vida. Agradecer aos livros que me deram um grande senso de moral, de ética, de história e tudo o que livros oferecem.


Camaradas que acompanham essa bagaça desse blog, eu sobrevivi ao dia 17 de outubro de 2009. Por mais exagerado que isso possa ser. Quem, em todo mundo, ou mesmo no Brasil, acompanhou as imagens que as diversas redes de televisão exibiram, não sabe o clima de medo que se instaurou no Rio de Janeiro, no último sábado.

Confesso que no domingo, revendo as imagens e escutando os editoriais de vários jornais, chorei. Sim, chorei. Antes que você possa me acusar de qualquer coisa, escute o que eu digo: a violência humana anda passando dos limites e isso me entristece demais. Todo mundo sabe que eu sou professor de história e pode argumentar que já vi coisas piores nos últimos 5000 anos. É verdade. Mas, todo mundo já ouviu falar da morte. Todo mundo sabe que vai morrer algum dia, mas mesmo assim, se desespera quando ela chega; ou para você, ou para alguém que você ama. Da mesma forma, eu sei que o ser humano mata. Mas ainda me entristeço quando ele planeja e executa a morte de outros seres humanos. Seja para continuar vendendo suas drogas, seja para impedir que outras pessoas possam impedir a venda dessas drogas.

Imagine-se acordando ao meio dia de sábado, com sua mulher dizendo que o café já estava pronto, que o amigo que dormiu na sua casa já foi comprar o pão e que bandidos fecharam a rua 24 de maio e a Avenida Marechal Rondon e derrubaram um helicóptero da Polícia Militar. Dá para imaginar? Pior que isso, só se você estivesse dentro da favela e escutando os tiros bem de perto e vendo as pessoas morrerem bem de perto.

Todas as honras aos policiais que, infelizmente, morreram nesse helicóptero. Vivo falando mal da Corporação, mas ninguém merece morrer no exercício da sua profissão, por mais arriscada que ela seja. Honras ao piloto do helicóptero que evitou uma tragédia em pleno ar ou que o helicóptero se espatifasse no chão ou nos prédios que existem perto da área onde ele caiu.

Dessa forma, queremos realmente sediar as olimpíadas!

O que me entristece é ver que as favelas são dominadas por indivíduos que não tiveram as oportunidades que eu tive. Mas os chefes desses indivíduos também fizeram as suas escolhas. E escolher fazer o mal, é falta de caráter, falta de moral, falta de ética, falta de humanidade.

E mais, sem querer entrar num outro campo, que eu nem vou tocar para não criar mais celeumas, se você é usuário de drogas, pense que é o seu dinheiro que financia todo o armamento que esses bandidos e criminosos carregam. A violência do Rio de Janeiro é muito mais que isso: é um tratado sociológico, antropológico, econômico e uma pós graduação na UFF de Segurança Pública. Não se resume a este post.

Oremos para que Deus possa sempre nos proteger!

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

programa 05/10/09

Como Brian "Head" Welch não morreu!

Quem gosta um pouco de rock já ouviu falar alguma vez do Korn. No meado dos anos 90, com o fim da cena Grunge, o mercado fonográfico (ou pornográfico), precisava de um novo produto que atraísse adolescentes consumistas e ávidos por novidades. O nome desse novo produto era "New Metal". Apesar de todas as controvérsias, o Korn foi um dos pioneiros do novo estilo, que misturava guitarras com afinações baixas, caixa de bateria seca e roupas menos despojadas do que o Grunge e suas blusas de flanela. E um dos expoentes, em termos guitarristicos de tocar, foi Brian "The Head" Welch.

Exímio guitarrista de 7 cordas, inovador até para os mais técnicos como Stevie Vai, The Head foi responsável pela maioria das harmonias e arranjos de guitarra do Korn. Tão diferenciado que, hoje em dia, sem ele, seus fraseados são tocados em Playback.

Só que, em 2004/2005, a vida de Brian entrou numa espiral que muitos astros não conseguem sair: o trinômio "Sexo, Drogas e Rock and Roll". No caso dele, mais drogas de que qualquer outras coisa. Prdeu sua esposa para as drogas e estava quase perdendo a filha, porque não conseguia ficar sóbrio. Quando um dia, pediu aos céus uma resposta e se converteu.

O resultado está nos vídeos abaixo. Tire suas próprias conclusões.








FLUSH (Em breve eu traduzo)

Look at my face, - Olhe para mim,
I'm all sucked up - Estou exausto
I think I'll sleep all day - Achei que ia dormir o dia inteiro
I get the spins, - Minha cabeça gira
When my eyes are shut, - Quando meus olhos estão fechados
I hate feeling this way - Odeio me sentir assim

Flush all the puke I'm throwing up! - Estou vomitando em jatos
In the toilet this sucks! - No vaso sanitário é um saco!
Not a part of growing up! - Isso não é uma fase de crescimento
Only spoils it - Só atrapalha

Life is boring, - A vida é chata,
Same old story, - A mesma velha história
Get drunk, throw up, - ficar bêbado, vomitar,
Sleep all day, - Dormir o dia todo
I am something, - Eu sou alguém
I'm not nothing - Não sou um nada
I can't let myself decay - Não posso me permir me destruir

How did I get, - Como fui
Into my bed? - Parar na minha cama?
I don't remember anything - Eu não lembro de nada
How did I get - Como fiz
This bump on my head? - Esse galo na minha cabeça?
It could have come from anything - Pode ter acontecido de qualquer jeito

Flush all the puke I'm throwing up! - Estou vomitando em jatos
In the toilet this sucks! - No vaso sanitário é um saco!
Not a part of growing up! - Isso não é uma fase de crescimento
Only spoils it - Só atrapalha

Life is boring, - A vida é chata,
Same old story, - A mesma velha história
Get drunk, throw up, - ficar bêbado, vomitar,
Sleep all day, - Dormir o dia todo
I am something, - Eu sou alguém
I'm not nothing - Não sou um nada
I can't let myself decay - Não posso me permit me destruir

Tell me no gossip, - Não me conte fofocas
I don't wanna know - Eu não quero saber

Jimmy got caught, - Jimmy foi pego,
Smelling like beer, - Fedendo a cerveja,
By his mom and his dad, - Pela sua mãe e pelo seu pai,
He's grounded for a year - Vai de ficar de castigo durante um ano.

Lisa got popped, - Lisa foi multada
She got a DUI - Porque ela estava bêbada
She cussed out the cops, - Ela xingou os policiais
She's lucky she's alive - Ela tem sorte de ainda estar viva

Tell me no gossip, - Não me conte fofocas
I don't wanna know - Eu não quero saber

Pedro got jumped, - Pedro foi atacado
He's always starting fights - Ele sempre começava uma briga
Every time he gets drunk - Toda vez que ficava bêbado
It happens all the time - O que sempre acontecia

Reggie OD'd - Reggie teve uma overdose
From slamming heroin - De tanto usar heroína
He's not a dope friend - Ele não era o drogado da galera
He was trying to fit in - Só tentava fazer parte dela

Take me away - Leve-me embora
Please, oh no - Por favor, não
Life blows - A vida é um saco!

Flush all the puke I'm throwing up! - Estou vomitando em jatos
In the toilet this sucks! - No vaso sanitário é um saco!
Not a part of growing up! - Isso não é uma fase de crescimento
Only spoils it - Só atrapalha

Flush all the puke I'm throwing up! - Estou vomitando em jatos
In the toilet this sucks! - No vaso sanitário é um saco!
Not a part of growing up! - Isso não é uma fase de crescimento
Only spoils it - Só atrapalha
Life is boring, - A vida é chata,
Same old story, - A mesma velha história
Get drunk, throw up, - ficar bêbado, vomitar,
Sleep all day, - Dormir o dia todo
I am something, - Eu sou alguém
I'm not nothing - Não sou um nada
I can't let myself decay - Não posso me permit me destruir

Come on, get up, let's change! - Vamos lá, levante-se, vamos mudar!
Come on, get up, let's change! - Vamos lá, levante-se, vamos mudar!
Come on, get up, let's change! - Vamos lá, levante-se, vamos mudar!
Come on, get up, let's change! - Vamos lá, levante-se, vamos mudar!

quinta-feira, 1 de outubro de 2009

Filme: Nome Próprio

Gostas de escrever? Gostas de Internet? Gostas de beber até as últimas consequências? Gostas de viver até as últimas consequências para viver teu sonho? Então você vai gostar de ver "Nome Próprio", filme de Murillo Salles, com Leandra Leal.

Além de tudo, é filme para quem tem blog e as merdas que o que a gente escreve pode causar. Fotografia e estética muito bonitas e dignas de filme bem feito. diferente dos enredos comercial e simples que normalmente se encontra por aí, patrocinados pela Rede Globo. Procure por aí, não vai ser difícil de achar.

Taí, agora você já tem livro e filme para o fim de semana. E amanhã ainda tem o programa de rádio do Barulho do Daesse que pode ser a trilha sonora do fim de semana também.

Quanta pretensão! Só eu mesmo!

Pronto para uma trilogia de tirar o fôlego?

O último livro que resenhei foi "Crônica de uma morte anunciada". No post dizia que é um livro para se ler de uma única vez, porque sua narrativa era destinada para isso. agora, e o que vc acha de ler um livro onde parar de ler é quase impossível?

Só dá para parar de ler "Os Homens que não amavam as mulheres", da trilogia Millenium, quando o sono bate e você tem que dormir, ou então, alguém te chama para fazer alguma coisa e você não consegue se desvencilhar.

Stieg Larsson, o autor do livro, morreu pouco depois de terminar o terceiro livro. Teve um problema de coração e aos 50 anos, deixou uma legião de fãs com um puta gosto de quero mais. Só que não vai ter mais.

Mikael Blomkvist é o editor chefe de uma revista de jornalismo econômico, a Millenium que sofre um grande revés ao perder um processo para um empresário fraudador. De outro lado, Lisbeth Salander é uma jovem de pouco mais de 24 anos, perita em espionagem e investigação pessoal, capaz de invadir qualquer segredo mais escondido de qualquer um.

Juntos, ou separados, só o decorrer e a leitura que você fizer vai dizer, eles vão descobrir uma trama que divide a história da Suécia ao meio e, personagens que nunca se imaginaram juntos, estão postos lado a lado, fazendo com que ao término de cada capítulo, você TENHA que iniciar o outro para entender o que acabou de acontecer.

É livro para "heróis de leitura", ou seja, aqueles que realmente gostam e apreciam passar mais de duas ou três horas, sentado ou deitado, lendo um livro sem ninguém nem nada te perturbar. E o melhor: ainda existem os volumes 2 e 3, para não colocar a cara na rua durante o fim de semana.

Deixe esse blog de lado e vá adquirir o seu.

Envelhecer e pensar

Por tudo o que vivi até agora, tenho 31 anos, descobri que eu acumulei tanto conhecimento, tem tanta coisa na minha cabeça e eu sempre me pergunto por quê. Hoje, essa foi a forma de botar pra fora só um pouco do muito que carrego. e tudo vai nesse blog. Eu nem sei o que as pessoas pensam sobre as asneiras que eu escrevo e falo – elas nem sempre comentam. Mas mesmo assim, hoje eu fiquei olhando um bando de jovens no bloco F da UERJ – hoje era um dia em que eles estavam celebrando a “Arte q luta”. Eu vi tantas coisas engraçadas, tanto discurso engajado, política transbordando pelos poros...

Acho que naquele momento eu descobri que estava ficando velho, ou que, pelo menos, eu envelheci cedo demais. Na idade da galera que eu vi hoje, eu não fazia nada disso, eu estava trabalhando – aos 20 anos, eu já estava dando aulas. Antes disso, aos 14, eu acordava quatro e meia da manhã para vender jornal na rua. Não nasci em berço de ouro. Por isso, acho que não tive muita liberdade de usufruir da minha liberdade e escolher outras várias coisas que eu queria fazer. Aí, fui ser adulto.

No último post, eu falava sobre o quanto cada um só pensa no próprio umbigo. E aí, fica dicotômico demais ver tantos jovens, cheios de ideologias do século passado e retrasado, e no fim, eles se tornam o próprio inimigo que eles combatiam, ou a própria antítese do que combatiam. E fica a pergunta: do que vale tudo o que a gente defende por tanto tempo, se a imperiosa necessidade de TER dinheiro para SER alguém bate à porta e PLUTF?

Não sei o motivo de toda a verborragia desse post, mas como veio tudo isso à cabeça, olhando outras cabeças, e corações, saiu.