quinta-feira, 30 de abril de 2009

Programa do dia 30/04

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Memória para quê?

Na categoria de Historiador, ainda consigo ficar surpreso em ver como as coisas se repetem e as pessoas nunca conseguem, mesmo, olhar para os erros do passado, aprender alguma coisa com eles e tentar consertar o resto do presente.

Lendo sobre os recentes escândalos que cercam o Congresso Nacional, é possível ver que é quase uma verdade incontestável: o brasileiro tem mesmo uma memória muito curta. Infelizmente, quando falo brasileiro, me incluo nesse todo, porque sou brasileiro, mas não com a memória curta.

Para citar um exemplo muito simples ou muito recente, as pessoas se esqueceram do que um dia ficou conhecido como “Escândalo do Mensalão”. Uma bananada e uma paçoca para quem lembrar como funcionava o esquema.

Dito isso, acredito que as pessoas deveriam, no mínimo, averiguar se seus representantes, aqueles em quem votamos, estavam envolvidos no processo. E deste feita, tentar barrar que os mesmos canalhas envolvidos, voltassem para legislar. Mas não foi o que aconteceu.

Parece que no Brasil as pessoas pensam com o estômago, ou o bolso. De uma forma ou de outra, ignora-se, escancaradamente, a realidade, os fatos e as circunstâncias. Como vivemos num lugar onde uma boa parte da população vive abaixo da linha da pobreza, qualquer miserável que lhe dê uma nota de cinqüenta Reais, ou lhe garanta alguma coisa para não morrer de fome naquela semana, torna-se, obviamente, um salvador. Isso sem falar na tal da “Bolsa” que o Governo Federal distribui.

Afortunadamente, eu não tenho essa necessidade e tenho privilégio de ter em casa, assinatura de jornal e revistas que me informam o que rola de podre no reino da Dinamarca. E justamente por isso, me sinto, sempre, na obrigação de informar, da forma como sei fazer, quem não tem a mesma oportunidade que eu, ou o mesmo conhecimento das coisas.

No entanto, como eu sempre digo, a ignorância e a burrice, serão as coisas que sobrarão nesse mundo no caso de qualquer hecatombe acontecer. Basta ler Ensaio sobre a Cegueira do glorioso José Saramago, para entender um pouco. bastou as pessoas perderem sua visão e não conseguirem encontrar uma saída para seu problema e muitos retornaram aos tempos primitivos de bestialidade.

Por essa e por tantas outras, precisamos mesmo constituir uma rede social que realmente preste para alguma coisa. Não falo nem de Orkut, nem de Twitter. Essas coisas servem apenas para proliferar as inutilidades que antes a gente guardava para si e não tinha coragem de confessar. Ou então para falar diretamente com as pessoas.

O que eu quero é que, pelo menos as pessoas razoáveis, tenham a inteligência de compartilhar informações que possam ajudar a mudar, mesmo que minimamente, alguma coisa. Divulgar notícias de deputados ou vereadores ou qualquer aproveitador com a alcunha de político, que possa estar prejudicando a população. Se isso não for possível, pelo menos fiscalize o que seu representante – seja na Câmara Municipal, na Federal ou no Senado – está fazendo. Como? www.camara.gov.br . Isso para os deputados federais, que estão longe de qualquer controle para quem mora longe de Brasília. No caso de vereadores, o Google existe para muito mais coisas do que você imagina. Com um detalhe: seu buscador possui um dispositivo que filtra os sites que você procura e quando você coloca um assunto que ele já percebeu que é recorrente nas suas buscas, ele lista primeiros os sites de maior relevância. Então, tá na hora de você mudar, até mesmo a sua forma de fazer pesquisa na Internet.

Bem, só consigo vir até aqui, senão encho demais!

Até a próxima,

Bruno Daesse.

quarta-feira, 29 de abril de 2009

Programa velho novo

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Caros Amigos

Sejam bem vindos!

Durante muito tempo fiquei vagando por aí, dando importância e valor às pessoas erradas. Minhas idéias ficaram perdidas pelo hiperespaço da internet sem o valor devido que dou a elas!

Portanto, chegou a hora de todas elas ficarem no seu devido lugar, O LUGAR QUE EU ESCOLHI PARA FICAR!

Sendo assim, aqui você encontra algumas coisas que eu já deixei por aí. Com o tempo, vou atualizando todas. Por enquanto, abaixo de algumas postagens de texto que foram escritos para outro blog, também estão alguns dos programas de rádio que fiz para outros Pod Cast.

Não quero mais me alongar. Quero que todos que aqui estiverem e visitarem, aproveitem bastante e, se quiserem, deixem suas opiniões. Já que estou na chuva, vou me molhar mesmo! (Até porque, banho de chuva é uma delícia!). Já que jogo tanta pedra, estou disposto a virar vidraça!

Sem mais delongas, sejam bem vindos ao BARULHO DO DAESSE!

Bruno Daesse entrevista Chico alencar


Confesso: depois de mais de uma hora e meia de conversa franca, quase sem compromisso, descontraída e muito instrutiva, fica a pergunta: porque muitos candidatos não são como o Chico Alencar? Antes que as pedras voem, deixa-me explicar. Acho que já deixei claro que não estou aqui para defender ninguém, nem puxar o saco. Mas quando a hipocrisia, a demagogia e o “bom-mocismo”, característicos de políticos em época de eleição, não ficam latentes – ou pelo menos este colunista não percebe – é muito bom conversar com esses caras.
Chico Alencar recebeu-me com mais outros sete jornalistas, para o que sua assessoria chamou de “entrevista coletiva com as mídias alternativas, sindicais, nanicas, sites e blogs”. Ora bolas, “mídias nanicas”?! Quem quisesse poderia até ficar chateado, mas não deu. Principalmente porque nesta terça(09/09), Chico acabara de ter duas horas de sabatina com o pessoal do jornal O Globo. E mesmo assim nos recebeu muito bem. Eu sei, eu sei, isso faz parte da política, mas e daí? E se ele, por causa do compromisso com o Globo, tivesse me dispensado? Eu ficaria na mesma situação que o Sr. Eduardo Paes me deixou: na mão, sem a entrevista que prometi para o Blog.
Mas vamos deixar de papo e vamos para entrevista.

BRUNO DAESSE - Você acha que existe um certo conservadorismo do eleitorado carioca, em relação aos partidos de esquerda?

CHICO ALENCAR – Veja você, hoje em dia, por causa das pessoas em torno do presidente Lula, o Paulo Maluf chegou a dizer que se considera comunista (risos). Em virtude disso, digo que há algo errado com a esquerda no Brasil. Na verdade, há “esquerdas”. O Rio de Janeiro é reflexo desse processo iniciado com a eleição do Lula em 2002, em que fez diversas alianças de centro-direita, com empresários e banqueiros. A Sra. Jandira Feghali levanta agora, a questão do “voto útil”. Mas voto útil contra quem? Contra seus aliados? Ela tem que conversar com o Eduardo Paes do PMDB, aliado do PC do B no Governo Federal. Tem que conversar com o PRB, também sócio do Gov. Federal, do vice presidente e do Sen. Crivella, que o próprio Lula chama de amigo.

BD – E qual seria sua posição já que seu partido, o PSOL é opositor do Governo Lula, num momento em que se prega a união de Prefeitura, Estado e Governo Federal?

CA – Em primeiro lugar, o prefeito da cidade do Rio de Janeiro, é um cargo institucional da República Federativa do Brasil. Não é um quartel onde o coronel manda no tenente e o tenente manda no cabo. O presidente não manda no governador, que não manda no prefeito. Veja minha oposição como uma vantagem, porque assim se tem uma relação aberta sem troca de favores e acertos políticos. Coloca-se o interesse público em 1º. Lugar.
Mesmo sendo de um partido de oposição. Não faço oposição como DEM e PSDB fazem, de forma ultra conservadora e à direita. Isto vale para o Governador Cabral, quanto para o presidente, que quero que sinta saudades de uma política que existia no PT “pré-delubiano”. Sem contar que tudo isso vai ser mais barato aos cofres públicos.

BD – O Sr. Fala em “racionalizar” a máquina administrativa. De que forma pretende agir diferenciadamente?

CA – Farei uma prefeitura de “Reencantamento” da cidadania e da mobilização popular (Chico usa várias vezes esse termo). Menos preocupado com a institucionalidade, com os dutos jurídicos. Vamos nos preocupar em chamar a população para os “Conselhos Populares” nos bairros, através das associações de moradores, para elaborar o plano diretor da cidade, que já caducou desde 2002. Para junto, da população, culminar essas diversas ações para o “Congresso da cidade”.

BD – Qual a sua opinião sobre o voto obrigatório?

CA – Primeiro de tudo, o voto voluntário precisa ser discutido no âmbito da reforma política. Nosso atual sistema eleitoral impede que as maiorias sociais se tornem maiorias políticas. No entanto, a soberania popular pode pregar sustos àqueles que acham que, por possuírem o poder público e econômico, e se associam às grandes mídias aos outros grandes grupos, achando que podem garantir uma polarização de interesses do sistema.
Já fui a favor do voto voluntário, mas certa vez, conversando com meu saudoso Saturnino Braga, ele me dizia que o voto não é só um direito, também é um dever. Porque o sujeito também está na vida social e deve participar. Será que quem defende o voto voluntário está consciente de que não poderá reclamar da lâmpada que está faltando no poste? Não fazer nenhuma cobrança ao poder instituído? Que bem ou mal, esse poder é constituído através do voto! Eu achava que a não obrigatoriedade do voto acabaria com os currais eleitorais. Mas aí, surge o sujeito que vai comprar a participação do eleitor na eleição. Eu me confesso em dúvida. Mas é um bom debate.

BD – Hoje configura-se uma “guerra” entre as duas principais emissoras de televisão para eleger seus candidatos. O que o senhor acha disso?

CA – Obviamente existe uma disputa comercial em torno da comunicação, que atinge a política. Hoje (terça-feira)estive no Globo, sabatinado durante 2 horas, com uma superestrutura por trás do jornal, e as perguntas feitas pelos jornalistas de lá, foram totalmente diferentes das de vocês. O debate girou em torno das minhas idéias sobre determinados assuntos, não sobre minhas propostas. Acredito em financiamento público de campanha e em comunicação pública. Óbvio que nessa disputa fico numa situação de tensão. O jornal O Globo possui uma visão conservadora sobre o meu plano de governo, que me deixa preocupado com o que vai sair amanhã (quarta-feira). (risos)

BD – E sobre a controvérsia dos “caveirões”?

CA – O jornal O Globo publicou uma matéria na sexta-feira (06/09) dizendo que eu prometo o que não posso cumprir. Não é verdade! Eu realmente não posso dizer que o caveirão não pode entrar na favela. O que eu quero é ter voz ativa contra essa política genocida do Governo do estado.

BD – No seu programa de governo, você quer regularizar a situação dos camelôs. Criando novos espaços. Como pretende fazer isso?

CA – ninguém é camelô porque quer. Quero realizar um diálogo e um levantamento, porque, muitas vezes, eles são mão-de-obra explorada por um grupo de mafiosos de produtos roubados / falsificados. Não é beneficiar com a legalidade, qualquer um. Quero saber quem é quem. Mas também não acho legal não ter calçada para andar, interferindo no direito de ir e vir de todos.

BD – Percebe-se cada vez mais a presença de indivíduos ligados a grupos criminosos dentro de partidos políticos. É possível pensar que os partidos se aproximam desses elementos numa falsa proposta de levar o poder público aonde ele não chega?

CA – Desde que o poder público se instituiu no Brasil colônia, com a formação das Câmaras dos Homens Bons, quem eram esses homens bons? O latifundiário, escravocrata, dono de gado e de gente. Na Ditadura Militar, o poder estava baseado no crime, no crime oficial, na tortura e na repressão. O clientelismo é uma forma antiga do processo político. Só que hoje o quadro é muito pior, pois está ligado a corrupção de várias formas, inclusive a institucional. Por isso, por mais que o Jorge Babu esteja ligado à facções criminosas, para o partido dele, o PT, ele representa, pelo menos, de 15 a 20 mil votos para os quadros do partido. A fronteira entre a ética e o banditismo, é extremamente tênue.

BD – Uma mensagem final?

CA – Achei muito boa a coincidência do dia de hoje: ser entrevistado por uma grande organização de comunicação, e por vocês, que representam um conjunto de iniciativas, que fazem um contraponto aos poderosos. Boa sorte. Parabéns pelo trabalho.

Onde está o perigo?

Soberania, s.f. Qualidade ou estado do que é soberano; autoridade de soberano; poder supremo; conjunto de poderes de uma nação politicamente organizada; autoridade moral; (Fig.); Excelência; primazia; altivez; Soberania do povo ou soberania popular: doutrina política, que atribui ao povo ou à nação o poder soberanos.

Começo esta semana num estado de revolta. Deixei de ser revoltado desde os 20 anos, mas ainda consigo sentir o sangue ferver quando vejo notícias como a do jornal O Globo de 16/08: “Lula descarta policial inglês em aeroporto”. Em uma olhada superficial, pode parecer qualquer notícia sobre um gesto tresloucado do presidente com nome de molusco. Mas não é. Na verdade, trata-se de mais um ato do governo inglês sobre a soberania brasileira. Eu explico.

O governo da Inglaterra enviou notificação ao Brasil propondo a presença de um oficial do governo britânico para fiscalizar a entrada de brasileiros naquele país. Segundo a proposta, o oficial não teria autoridade nenhuma, ajudaria na prevenção de fraudes e serviria como forma de a Inglaterra não exigir o visto de entrada para brasileiros. A proposta alega ainda que, esse profissional teria como objetivo “avaliar as medidas cabíveis para reduzir os riscos potenciais oferecidos pelos nacionais desse país ao Reino Unido”.

Ou seja, se você é um habitante da América do Sul (pois a medida também foi expedida para Bolívia, Colômbia, Trinidad e Tobago e Venezuela) ou do continente africano (Botswana, Lesoto, Namíbia, África do Sul e Suazilândia), você representa perigo para os ingleses.

Mas como já disse, não consigo me furtar ao meu papel de Historiador. Portanto, vamos a algumas verdades históricas para que o justo e o correto sejam ditos e você tire suas próprias conclusões.

De trás pra frente. Você pode até reclamar da violência dos policiais cariocas, da política do “atira primeiro, pergunta depois”. Mas um dos últimos incidentes desse tipo, não foi registrado aqui no Brasil. Alguém se lembra do nome Jean Charles de Menezes? Este filho da terra brasilis, trabalhava em Londres e um dia, foi confundido com um terrorista e assassinado a sangue frio em uma estação de metrô de Londres. As reparações materiais para a família, não foram grandes. E as reparações morais não passaram de um pedido de desculpas da Scotaland Yard. Até onde sei, dinheiro e desculpas não trazem um filho ou parente de volta à vida.

Recuando mais no tempo, sabemos todos que um dia fomos colônia de Portugal. Muitos “gajos” não gostam das piadinhas que fazemos sobre sua “capacidade intelectual”. Mas é histórico a quantidade de tratados comerciais entre lusos e anglo-saxões. Um dos mais famosos, o Tratado de Methuen, foi assinado em 1703 – quando o Brasil começava a oferecer à sua metrópole as reservas de ouro encontradas em Minas Gerais. Pelo Tratado, Portugal conseguia baixas tarifas inglesas sobre a importação de seus produtos – bacalhau e vinhos. Os ingleses conseguiam baixas tarifas portuguesas sobre a importação de seus tecidos. Até aí nada demais. No entanto, como a febre do ouro iludiu os governantes portugueses, o bacalhau e o vinho importado pelos ingleses era em menor quantidade que os tecidos que os “gajos” precisavam comprar para vestir os escravos. Sim, porque quem possuía grana não comprava a chita bruta do ingleses para se vestir – comprava suas roupas na França. Resultado: os portugueses pagavam o que consumiam com ouro, não com papel moeda. E com isso, a Inglaterra pôde criar uma reserva de capital primitivo para desenvolver sua indústria e tornar-se a alavanca do capitalismo mundial.

Sem contar a tal falada nesses últimos tempos, Abertura dos portos do Brasil às nações amigas, praticada por D. João VI em 1808, quando de sua transferência de Portugal para o Brasil para fugir de Napoleão Bonaparte. Por “nações amigas”, entenda-se a Inglaterra, que conseguiu um taxa ad valorem de 15% sobre a importação de seus produtos. Enquanto que Portugal só conseguiu taxa semelhante depois de alguns anos. Na prática, significava que era mais barato comprar produtos ingleses, do que produtos de Portugal ou de qualquer outro país. A longo prazo, não foi possível para indústria brasileira se desenvolver tendo como concorrência a excelência de produtos que eram de melhor qualidade e com melhor preço de mercado.

Bem, os exemplos são inúmeros, mas eu não vou evocá-los todos porque o espaço é pequeno. Mas quero, com esse artigo, alertar para os perigos de perdermos nossa soberania. Sim, a definição do dicionário que eu coloquei acima não foi à toa. A tal da globalização nos influencia a consumir e a encontrar exemplos e políticas e ídolos, fora das nossas fronteiras. Pelo que já declarou o governo brasileiro, essa medida não será adota e bato palmas. Inclusive porque disse que o preceito da reciprocidade será aplicado nesse caso. Ou seja, ingleses também deverão ter visto de entrada para estar no Brasil.

Se europeus e norte americanos estadunidenses temem que outros povos os ataquem ou causem algum mal, que pelo menos apliquem políticas mundiais igualitárias; que perdoem as dívidas dos países mais pobres; que não exerçam pressões comerciais e derrubem seus subsídios agrícolas; e, principalmente, que não invistam em ataques e invasões a nações que, de maneira correta ou não, conseguiram sua soberania, seu direito de auto-determinação para dirigir suas políticas da maneira que as aprouver.

Não cabe a ninguém e a nenhum país, o direito de ser árbitro, nem julgar o país alheio.

Bruno Daesse
Bruno.daesse@yahoo.com

O mundo é feito de Dualidades

O Bem e o Mal.
O Gordo e o Magro.
O Alto e o Baixo.
O Capitalismo e o Socialismo.
Obama e Mcain.
A Crise e o Sucesso.
Eduardo Paes e Fernando Gabeira.
Recessão e Prosperidade.
E por aí vai.
A crise no mundo atual mostra muita coisa. Não é possível mercados globais conviverem com mercados em desenvolvimento.
A crise no capitalismo mostra que o Marx estava certo.
A briga entre Gabeira e Paes mostra que não existe político bom, só alianças.
A disputa entre Obama e Mcain mostra que eu realmente não tenho nada a ver com os americanos.
A existência de heterossexuais e gays, lésbicas, bissexuais, transexuais e simpatizantes, mostra que o sexo é um só.
O fato de o funk e o rock coexistirem num mesmo mundo, só mostra que é preciso haver diversidade.
Negros e brancos nunca estarão certos em enquanto existirem amarelos.
O escritor ruim jamais estará pronto para escrever, enquanto existir a crítica.
Deus nunca será uno, enquanto existir o diabo.
Marx pode estar certo, mas Adam Smith também.
O futuro jamais será bom se o passado não for repensado.
Sempre existirá aquele que concorda com tudo e aquele que discorda de tudo.
O sistema solar não é nada com seus 9 planetas, se você pensar que só existe vida na Terra.
Vampiros não resistem à luz solar, mas girassóis só são belos por causa dela.
A sombra só existe porque existe a luz.
Gordos só querem emagrecer porque existem magros.
Como você sabe quem é bonito? E quem é feio?
Quem é bom? Quem é mal?
Existe o bem? Existe o Mal?
Eu estou certo? Ou você está errado?
Quem está perto de tão mais longe que alguém já foi?
Política, religião, futebol, economia se discutem?
O que é eterno? A palavra ou a pessoa?


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O Exercito de um homem só

Pense rápido: você gosta de cinema nacional? Quantos filmes brasileiros você já assistiu esse ano? Para esta pergunta, podem até existir muitas respostas, mas uma delas vive sempre na boca da maioria das pessoas: “Eu não assisto filme brasileiro porque só tem sacanagem, palavrão, ou pobreza!”. Como sempre defendo o cinema nacional, ainda que algumas produções sejam realmente muito clichês, posso dizer que essa afirmação não é totalmente falsa. Pelo contrário. É bem verdade que, depois da chamada “Retomada” do cinema nacional, a partir de 1994, hoje se vê muito mais obras cinematográficas pipocando do que anteriormente. E melhor que isso, hoje podemos ter “clássicos do cinema nacional” como Tropa de Elite, Meu nome não é Jonny, O que é isso companheiro? E muitos outros, só para citar os filmes que levaram uma grande bilheteria nos últimos anos.

Não gosto muito quando as pessoas dizem que o cinema nacional é meramente palavrão e sacanagem. Infelizmente, nossos filmes ainda são bastante marcados e estigmatizados por causa das porno-chanchadas das décadas de 50 e 70. Pois essas eram as produções que sempre conseguiam dinheiro para sua produção, tendo, inclusive, estúdio para isso.

No cinema da Retomada, o poder público criou a Lei Rouanet (que já virou tema de discussão aqui no nosso blog), que patrocina, com dinheiro público, as produções mais variadas, para poder fazer chegar ao povo, que paga os impostos para existir Lei Rouanet, produções de boa qualidade. No entanto, algumas dessas produções continuam presas ao passado e estimulando, na tela do cinema, a pornografia, que, se não é gratuita, está sempre presente em muitos filmes.
Pois bem, no último dia 08/10, minutos antes de começar a sessão de Todo mudo tem problemas sexuais durante o Festival do Rio, o ator Pedro Cardoso, o Agostinho da Grande Família, subiu ao palco e leu um manifesto contra a utilização de atores e atrizes nus em quase todo filme, novela, programas ditos “familiares”, comercial, etc.

Deu o que falar. Muitos tacharam Cardoso de puritano, moralista, que atacou diversas pessoas, etc. A grande questão é que, o debate que Pedro Cardoso está propondo, vai além de qualquer prerrogativa moralista que possa existir. Segundo ele, várias atrizes – principalmente as mais novas – são forçadas a exibir seus corpos em nome de desculpas esfarrapadas como “vai ser respeitoso”, “a história pede”, “vai ser discreto”, e coisas que vão além da imaginação. Na verdade, Cardoso quer suscitar na classe artística o que anda reprimido em muitos deles, mas por medo de não conseguirem emprego, submetem-se a situações que deixam de se ser dramaturgia e caem dentro do campo pornográfico.

Aí, qualquer um pode alegar que isso é uma besteira, que não existe como acabar com isso pois, já está estabelecido que muitos programas exploram tais imagens e que isso faz parte do imaginário popular, ligar a televisão e encontrar as “coleguinhas” do Caldeirão do Huck; as chacretes do Chacrinha; as assistentes de palco que sempre aparecem semi-nuas em muitos programas. Mas, é aí que está o problema! Por que será que devem existir mulheres semi-nuas num programa para “atrair a audiência”? Como isso não seria prostituição? Por que num filme, nacional ou “róliudiano”, é preciso que uma mulher, ou um homem, mostrem uma parte de seus corpos, para o filme atrair dinheiro? E quem ganha mais dinheiro quando um ator aparece nu? O ator ou o produtor / diretor? Novamente insisto, não deixa de ser prostituição.

Se quiséssemos, ou se vamos constituir uma sociedade moralista, que irá repudiar e criticar programas que abusam de cenas que exploram a sexualidade de uma pessoa, isso é uma outra história. Mas se nos colocarmos sempre no papel que não estamos, quantos de nós seriam capazes de tirar a roupa para que muitos vissem? Lembra daquela história velha de que o cara, ou a moça que resolve ser ator, se enfiar de fazer teatro, ganhava a pecha de puta ou viado? Será que seríamos tão condescendentes se uma filha nossa tivesse que mostrar os peitinhos, ou a bunda na televisão? Por mais que se diga que hoje isso é um trabalho como outro qualquer, eu digo que não é! Não é porque simplesmente banalizamos o comportamento promíscuo. Achamos bonitinho quando uma criança de 3 ou 5 anos dança “creu”, alguns fazem planos para suas filhas se tornarem “modelos/atrizes”; achamos normal ligar a TV e assistir um programa que tem como assunto principal a mulher com as maiores próteses de silicone, jantar com a família assistindo uma novela onde um personagem tem relações sexuais com outros dois personagens. E a lista é infinita.

A tal da “sociedade globalizada” globalizou o mal gosto, o exibicionismo – afinal, assistir durante 3 meses o desfile de mulheres de biquíni dentro de uma casa fingindo serem o que são, ou que não são, é rotina todo ano. Desejamos estar num programa, que paga um milhão de Reais, mostrando qualquer intimidade nossa. Mostrando aquilo que muitos não tem coragem de mostrar para a pessoa mais próxima. Não seria isso prostituição também?

Por essas e outras, leiam o manifesto de Pedro Cardoso “linkado” nesse artigo. Tire sua própria conclusão. E se for o caso, apóie-o. Se não, gere o debate, converse com outras pessoas para saber sua opinião. O bom e velho Sócrates, jamais escreveu nada, mas deixou para a eternidade o legado do “Conhece a ti mesmo”. Fazia isso indagando as pessoas sobre suas certezas, até estas perceberem que não há um conceito fechado, não há nada que não possa mudar e que, na verdade, elas mesmas tinham dúvidas sobre suas certezas.

Pedro Cardoso levantou uma bandeira que é preciso ser carregada por muitos. Se você também não suporta mais a apelação e o erotismo gratuito nos programas que vê, dê sua contribuição escrevendo para esses programas (afinal, muitos tem páginas na Internet) e manifeste seu descontentamento. Pense: como pode uma editora, que possui uma revista que cobra moralidade política dos governantes, também editar uma revista que exibe mulheres nuas todos os meses?
O primeiro passo foi dado por Cardoso, seguir o caminho que ele aponta não é uma escolha infrutífera, mas um dever cívico se quisermos ter uma sociedade onde ter bundas e seios grandes não são o ápice da escala social. Onde mostrar e ostentar bundas e seios grandes não é o único modo de “vencer” na vida.

Abraços,
Bruno Daesse.


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Obrigado Darwin!

Há duzentos anos nasceu Charles Darwin. Não fosse por ter escrito, há 150 anos atrás, A Origem das Espécies, esse inglês anglicano, que queria ser pastor, dificilmente constaria nos anais da História e nos livros escolares. E é exatamente por constar nos livros escolares, que Darwin desperta, em proporções gigantescas, tanto admiração por sua teoria revolucionária, quanto ódio reacionário e conservador por ardorosos religiosos.


Sempre digo para quem quiser escutar que, meu maior medo, não é das pessoas más, de terroristas, ladrões, etc., meu maior medo é da ignorância. É ela que alimenta as idéias das tais pessoas más que morremos de medo. E, justamente, por sermos dotados de inteligência, de um crânio que se expandiu para comportar um cérebro mais complexo, capaz das mais infinitas possibilidades, é que me assusta o conservadorismo que vem tomando conta, seja no terreno científico, quanto nas escolas, em relação às idéias de Darwin.

Quando A Origem das Espécies foi publicada, a maior parte dos cientistas e a comunidade em geral, guiava-se, basicamente, pelas idéias contidas na Bíblia. Desde o século XVII, quando um certo James Ussher somou a idade dos profetas bíblicos e conseguiu fixar uma data para a criação do mundo (23 de outubro de 4004 a.C., de acordo com o calendário juliano), acreditava-se que a Terra tinha 6000 anos. Até Darwin temeu o que sua obra poderia causar. Sua esposa preocupava-se com a hipótese de ele ir para o inferno e ela ficar solitária no paraíso por toda a eternidade.

De lá para cá, podemos acompanhar regularmente, o combate feroz em que se lançam num ringue, defensores do Criacionismo e cientistas Evolucionistas.

Mas o que me preocupa em especial, porque me diz respeito, é quando fundamentalistas religiosos, procuram instituir o criacionismo dentro de sala de aula. Entender deus depende de cada um. Depende de uma boa quantidade de fé e, maior ainda, um grande discernimento do que é uma coisa e outra coisa. O que a maioria não consegue conceber é o fato de termos vindo de um ancestral comum, tanto para o homem quanto para o macaco. Quem diz que viemos do macaco, é ignorante. Somos uma raça e o macaco outra. Senão, não existiriam mais macacos. E é justamente nesse ponto, que muitos criacionistas não querem papo com evolucionistas: não conseguem aceitar que algo “perfeito” como o ser humano, tenha vindo de uma criatura “inferior” como um chimpanzé. Sem contar que, o homem, o macaco e um abacateiro, estão, praticamente empatados no que diz respeito à sua evolução. TODAS AS ESPÉCIES ESTÃO EM COSTANTE AVANÇO NA SUA EVOLUÇÃO!

Outra coisa muito importante é: a Bíblia não é um livro científico. É um livro com uma boa carga de poesias e metáforas. Sim, metáforas! E parábolas! Aquelas que a gente faz para contar a alguém sem muito conhecimento sobre algo, de uma maneira mais fácil e ilustrativa. Soma-se a isso o fato de que o ser humano só passou a produzir documentos escritos há pouco mais de 5000 anos. Só quando existe escrita existe História, o resto é tradição oral que, como bem sabe o senso comum, “de conto em conto, cada um aumenta um ponto”.

Lanço aqui, da maneira que me é permitida, um apelo a pais, filhos, amigos e pessoas em geral, que entendam: não trato de criticar o criacionismo, mas de deixar que o lugar dele seja onde sempre foi – a igreja. Lá é lugar para falar de deus e seus milagres, e obras e poderes e sabedoria e tudo mais. Fora do templo, os homens estão sujeitos às leis físicas da natureza, que precisam ser entendidas da forma mais clara possível. Principalmente porque, quando um resfriado chega, a primeira coisa que a gente faz é correr na farmácia para comprar um anti-gripal. Não fossem os estudos e o método científico, ainda estaríamos usando ervas milagrosas e olhando para o alto e pedindo para alguma coisa sobrenatural, fora de nossa compreensão, para curar-nos.

Em tempo, gostaria de divulgar uma coisa que é de muita importância para todos, inclusive para entender um pouco do que falei aqui. Zeitgeist, o filme (pronuncia-se zaigaist), o termo em alemão serve para designar o conjunto de conhecimentos de uma determinada época. Mas o filme vai além disso. Dividido em três partes, onde a primeira parte, é a que mais interessa para a complementação do raciocínio desenvolvido neste artigo. O resto trata de Teoria da Conspiração, mas não deixa de ser interessante, ver as teorias sobre o que aconteceu no atentado terrorista de 11 de setembro nos EUA. Seguem os links para quem quiser ver um bom filme e ficar um pouquinho encucado. (E nem fique mal de baixar o filme e distribuir para seus amigos, o objetivo dos produtores é esse mesmo: disseminar a verdade dos fatos)

Abraços e força sempre!

Bruno Daesse.




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