quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Sobre as Eleições

Depois de muito tempo sem escrever, cá estou eu novamente, nessas mal fadadas e mal faladas linhas para falar do assunto que, no momento, faz a cabeça das pessoas um pouco mais pensantes desse país. Ou não.

Claro que eu estou falando de eleições. Não tenho como não falar. E justamente por isso, é que estou aqui, pois ontem (27/10) lendo minha edição diária de O Globo, me deparei com dois artigos, na sessão de colunistas de opinião do jornal. E as duas colunas que li, não eram de meros mortais que dizem qualquer coisa, como acontece por aí. (Por incrível que possa parecer, o jornal – não necessariamente O Globo, diferente da televisão, ainda preza por empregar e dar voz a pessoas que são, realmente, relevantes. Não é como no programa da Luciana Gimenez).

Pois bem, primeiro eu li a coluna do Zuenir Ventura, que levantava a questão de poder ficar “em cima do muro”. O título da coluna era Indecisos x Convictos. Entre outras coisas, está lá: “Sei que indecisão é uma palavra depreciativa, mas muitas vezes se acerta mais ficando indeciso, sem tomar partido, do que adotando uma certeza burra.” Logo abaixo,  do Zuenir, estava a coluna do excelente antropólogo Roberto da Matta. Com o título De que lado você está?, o antropólogo, quase que rivalizando com o escritor Zuenir, solta:”Você fica neutro quando um presidente da república e um partido que recusou a assinar a Constituição e foi contra o Plano Real usam de todos os recursos do Estado que não lhes pertencem para ganhar o jogo?”. Mais à frente arremata: “Não esconda o seu medo de decidir com argumentos bacharelescos. Diga de que lado você está. Lembre-se que nesse mundo não há deuses ou super heróis. Há apenas pessoas comuns que são candidatos temporários a cargos que têm uma enorme e decisiva influência em nosso destino!”.

Diante disso, milhões de coisas me vêm à mente. Não dá tempo, nem espaço para colocá-las aqui. No entanto, penso que, se esta é a eleição da polarização, se nossa democracia chegou ao ponto de disputas maniqueístas, nada mais óbvio que tomar partido de alguma coisa. Se esta eleição preconiza o que o presidente e toda a corja de asseclas que lhe beijam as mãos e pés, fizeram pelo “povo” menos favorecido e demoniza o velho “neoliberalismo” de um governo que ficou para trás há apenas oito anos; ou, por outro lado, se a eleição pauta-se num governo que colocou a economia do Brasil nos trilhos e projetou o país no panorama internacional, rechaçando a visão “marxista-esquerdista-romântica-decrépita” da esquerda desse país. Não importa. Importa escolher um dos lados e, como em qualquer competição que valha alguma coisa, todos decidam em que lado vão ficar. Lembrando que o que vale mesmo é o projeto de política e governo que se quer para os próximos quatro anos.

Mas, se você quer, ou queria uma terceira opção, lamento. O processo para que se acabe o que está escancarado por aí, ainda vai demorar muito tempo e tem tudo a ver com o fato de não querermos mais ser tratados como meros coadjuvantes iletrados que não se informam e não sabem questionar a ordem vigente. Ou seja, depende somente de nós, que queremos mais opções.

Vida que segue. Até.

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