sexta-feira, 7 de junho de 2013

1

- Você vai ficar o dia inteiro olhando pela janela?
- Qual é o problema?
- Nenhum.
- Então por que pergunta?
- Por nada.
- Por nada não. Você nunca faz uma pergunta por nada.
- Tá dizendo que eu só quero arrumar confusão?
- Não disse isso. Só disse que nenhuma pergunta que você faz é sem um propósito.
- E qual é o problema nisso?
- Nenhum.
- E por que você se incomoda tanto?
- É que eu não gosto de ficar respondendo suas perguntas sem sentido.
- E por que minhas perguntas são sem sentido?
- Eu as acho muito sem sentido. Afinal, qual é o problema de eu ficar sentado na varanda do apartamento e ficar olhando pela janela?
- Já disse. Não vejo problema algum. Só não gosto de ficar sem fazer nada enquanto você fica contemplando o nada.
- Eu não estou contemplando o nada. E ainda se estivesse. Seria muito bom para sua cabeça se você se dedicasse alguns minutos a olhar para a vida que está passando e você não está fazendo nada com ela.
- Eu estou fazendo alguma coisa da minha vida. Afinal, não sou eu quem fica na janela olhando a vida passar. Aliás, como anda o teu projeto?
- qual deles?
- o da casa de praia?
- está empacado.
- como todos os outros né?
- vai começar?
- na verdade, você que tinha que terminar.
- porra! Não enche!
- não começa a gritar comigo não!
- então me deixa em paz!
- como posso deixar você em paz quando “a vida está passando” e você ainda não conseguiu encontrar o rumo da sua.
- não me interesso pela minha vida. Me interesso pela vida dos outros.
- é. Pela vida dos outros. Menos a minha vida na sua!
- você faz parte da minha vida.
- será que faço parte dela mesmo?
- com certeza.
- não parece.
- Por que?
- você ainda pergunta?
- claro!
- você não consegue entender nenhuma necessidade minha.
- tudo bem, quais são as suas necessidades?
- isso é retórico ou irônico?
- não sei.
- tá vendo?
- tô vendo o que?
- você não consegue me responder nenhuma pergunta que eu faço, sem fazer outra pergunta. Você nunca viu Chaves?
- eu não sou idiota!
- Mas se comporta como se fosse.
- Tudo bem. O que podemos fazer agora para você não me ver pendurado na janela?
- não sei.
- Cacete! Ta vendo!
- Só porque você quer, não significa que eu tenha todas as respostas.
- vamos fazer o seguinte: vamos colocar uma roupa e vamos dar uma olhada na rua para ver o que temos para fazer.
- não quero fazer isso! Quero ficar aqui com você!
- Mas você está comigo.
- mas não quero ficar brigando com você.
- mas nós não estamos brigando.
- estamos sim.
- não estamos não.
- tudo bem. Estamos discutindo.
- tá vendo. Até você admite. Vamos ficar em casa vendo filme?
- ficar vendo filme?
- é.
- Não to com muita cabeça para ver filme. Ainda mais se você vier com aqueles filmes cabeça que você vê.
- então eu vejo uma comédia boba.
- Putz! Pior ainda!
- Caralho! Não consigo te agradar né?
- Eu estava bem. Até você implicar comigo e a janela.
- A janela não tem nada a ver com isso.
- Ainda bem né? Já pensou se tivesse? Pobre janela!
- Deixa de ser assim. Não gosto quando você começa a ficar assim.
- Eu não começo a ficar assim. Eu sou assim.
- Não é não. Você sabe ser tudo de bom quando quer ser.
- Claro né! Alguém precisa conquistar alguém para ter sexo com alguém!
- Puta que pariu!
- Deixa minha mãe de fora! O ofício dela não tem nada a ver com a gente!
- ...
- Pô! Você não vai mais me xingar?! Quanta criatividade!
- Se você não parar com isso... eu juro...
- Jura o que? Que me deixa em paz?
- eu juro...
- Vai!
- eu juro que vou matar você!
- Cacete! Agora você foi original!
- pode contar com isso! Minha paciência e toda a minha cota de compreensão já foram para o ralo há muito tempo!
- Que bom que elas foram para o ralo! Aproveita e passa lá para tirar aquele monte de cabelo que sempre fica depois que você toma banho!
- porra! Eu vou acabar com a sua vida!
- como se ela já não tivesse acabado mesmo!
- ...
- Ah! Não começa a chorar não! Toda vez é a mesma coisa! Mas agora eu já estou de saco cheio! Não caio mais nessa!
- ...
- isso! Levanta teu rabo daí! Vai fazer alguma coisa de útil para a humanidade!
- Já que você fica vendo a vida passar, pode ter certeza, agora você vai ver a sua vida ir embora!
- já estou com medo, olha! Tremendo de medo! Vou até pegar o telefone e ligar para a polícia! Para não acontecer comigo o que aconteceu com aquela cabeleireira lá de BH!
- pode debochar mesmo! Não me importo! Quando tua hora chegar... você só vai... ficar olhando pra minha cara... implorando para eu não cortar você em mil pedaços!
- muito bem Hannibal Lecter!
- Debocha!
- Some da minha frente com essa cara de choro! Você fica horrível!
- ...

- Olha, já que você tá saindo, aproveita, quando você voltar, trás pão e café que acabou.

domingo, 28 de agosto de 2011

THE BEAVER

THE BEAVER
(UM NOVO RECOMEÇO)

Muita gente viu uma postagem que fiz ontem no Facebook, xingando a Jodie Foster e o Mel Gibson. Pois é. Eu nem sei se esse filme já saiu no Brasil. Não sei mesmo. Mas o fato é que The Beaver (em bom português, O Castor) é um filme indispensável para quem gosta de cinema, não gosta de animações infantis, que se pretendem a falar com adultos, (se bem que, com muitos, até fala mesmo!), ou mesmo comédias pastelões e explosões de filmes de ação.

The Beaver é um filme sério. Mas muito irônico. Conta a história de Walter Black (Mel Gibson) que, sofrendo de um alto grau de depressão, não liga mais para a empresa da qual é presidente, para a família e para a própria vida. E, justamente, no momento em que pretende acabar com a própria vida, o imponderável acontece. Com o fantoche de um castor que achou no lixo, não por acaso, enfiado na mão, consegue evitar o pior.

Daí por diante, se um roteirista babaca, ou um diretor menos competente do que a Jodie Foster, assumisse esse filme, muito provavelmente, ele se tornaria uma das várias comédias canastronas do Jim Carrey ou do Steve Carrell. Mas não, daí pra frente, o Castor (Mel Gibson), assume as rédeas da vida de Walter Black e a cena em que ele descreve o que é a loucura e uma vida medíocre, podem entrar para os anais do cinema.

The Beaver é um filme para se ler. Não ter aquelas pessoas que pedem para dar pausa o tempo todo e ficam falando sobre tudo durante o filme, ajuda na percepção e contemplação do filme. Cada cena e cada diálogo é uma pílula de sabedoria sobre a vida contemporânea.

Bom filme.


A COMPETIÇÃO

Atire a primeira pedra, quem nunca perdeu uma partida de um jogo qualquer na vida. Atire a primeira pedra aquele que nunca ficou arrasado vendo o seu time, da modalidade esportiva que for, perdendo para o grande adversário, ou para aquele adversário mais fraco. Pode me xingar aquele que nunca competiu na vida. Seja no esporte, no mercado de trabalho, na vida amorosa, etc.

Sim, somos humanos, logo, competimos. Se não competimos, deixamos que a natureza particular dos outros nos derrote e fiquemos em segundo plano, ou, morramos. Sim, a morte! Já ouviram falar de um negócio chamado Seleção Natural das Espécies? Há 154 anos atrás, Charles Darwin nos dava a justificativa para entendermos uma série de comportamentos. Já escrevi nesse blog sobre o Darwin. Não preciso continuar.

O que quero falar é sobre, justamente, o fato de se competimos, ou gostamos de competição, isso incomoda um grande número de pessoas. Quando era mais jovem, e isso já faz algum tempo, os moleques da minha galera me chamavam de “fodão”, não porque eu fosse bom em tudo. Diziam isso de maneira pejorativa, como se eu quisesse sempre estar à frente dos outros. Mas, na verdade, o que eu queria era ME superar, ou saber até onde EU e meu corpo, ou mente, poderíamos ir em várias atividades e situações da vida.

As pessoas se conformam com a realidade que lhes é apresentada. Até aí, nada de mais. O que eu não me conformo é quando as pessoas julgam as outras por gostarem de esportes, ou gostarem de uma competição. Você pode participar de um jogo apenas para se divertir, mas se é um jogo, saiba que ali estarão pessoas dispostas a competir e, se possível, ganhar. Portanto, prontas para se esforçarem e darem seu melhor, em busca da vitória. Ainda que seja numa partida de purrinha.

Normalmente, ouço as pessoas dizerem que esse ou aquele esporte são coisas animalescas. E que, esse ou aquele outro é mais polido, ou mais decente. Tudo bem. Todo mundo tem direito a uma opinião. Mas, se é esporte, se é jogo, há competição e esta varia de acordo com a disposição de cada um. Um jogo de futebol não é mais VIOLENTO que uma partida de tênis. Um luta de MMA, não é mais animalesca do que um jogo de vôlei. Em todos, há o ingrediente que move nossa sobrevivência: a disputa por alguma coisa. Seja ela um troféu, uma vaga de trabalho, ou um beijo.

Todos precisamos nos expressar em jogos e disputas. Não precisa matar e machucar outrem, como alguns fazem. Mas se não demonstramos, de alguma forma, o porque ainda caminhamos pela terra, não faz sentido tentar convencer os outros de qualquer outra coisa.

Até.

sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Começando de Novo!

RECOMEÇO


Todas as vezes que volto a abastecer o blog, com material novo, ou nem tão novo assim, percebo que eu sempre volto com uma desculpa esfarrapada, ou reclamo de alguma coisa, ou, simplesmente, vou fazendo as coisas, abastecendo com programa novo, invento coisas novas e depois, mais nada, não vai pra frente.
Por esse motivo, acho que agora o blog vai funcionar da forma mais simples possível. Ou seja, vai ser um pequeno diário na internet. Que eu acho que é para isso que os blogs, ou vlogs servem mesmo.

Nesse momento, eu estou menos equilibrado do que antes, do que em outras postagens. Eu ando com muita raiva. Sim, raiva!

Eu sinto raiva porque, a cada dia, eu vejo a hipocrisia crescendo. As pessoas mais hipócritas são as que mais se destacam. Deve ser eu mesmo, que nunca vi as coisas assim. Sempre procurei ser um bocado positivista em relação a tudo e agora que a ficha está caindo.

Recentemente, cheguei à conclusão de que eu realmente não tenho amigos. Sim, tenho pessoas que amo de paixão. Não convém enumerar nem nomear. Mas quando percebo que, ao falar a verdade – ou o que ela é para mim – afasto um monte de gente. Deve ser porque ninguém me atura mesmo.

Descobri também que estou com uma aversão cada vez maior às pessoas em geral. Pede para eu ir a rua resolver qualquer coisa. Fico protelando o máximo que posso, porque sei que vou me aborrecer. A educação das pessoas foi para o espaço. Exemplo disso é a nova onda dos DJ´s de ônibus. Não aguento mais. Eu e uma porrada de gente! Tanto que já tem vários vídeos na internet protestando contra essa moda dos infernos!

Por último, vem a minha nova “doença”. A “Síndrome do Ninho”. Isso mesmo. Ocorre quando a pessoa faz tudo para não sair de casa. Ou tudo o que faz, faz pensando em ficar em casa, cuidando da casa. Não tem nada a ver com Síndrome do Pânico. Não. O apego às coisas da casa e às ações que se praticam dentro de casa, são o que motivam a pessoa a não querer saber mais de outra coisa.
Esse é o breviário das coisas que me ocorrem.

Acho que esse vai ser o primeiro post do dia. Outro vão vir ao longo dele e pelas próximas semanas, porque agora quero manter essa merda em ordem.

Até.

quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Sobre as Eleições

Depois de muito tempo sem escrever, cá estou eu novamente, nessas mal fadadas e mal faladas linhas para falar do assunto que, no momento, faz a cabeça das pessoas um pouco mais pensantes desse país. Ou não.

Claro que eu estou falando de eleições. Não tenho como não falar. E justamente por isso, é que estou aqui, pois ontem (27/10) lendo minha edição diária de O Globo, me deparei com dois artigos, na sessão de colunistas de opinião do jornal. E as duas colunas que li, não eram de meros mortais que dizem qualquer coisa, como acontece por aí. (Por incrível que possa parecer, o jornal – não necessariamente O Globo, diferente da televisão, ainda preza por empregar e dar voz a pessoas que são, realmente, relevantes. Não é como no programa da Luciana Gimenez).

Pois bem, primeiro eu li a coluna do Zuenir Ventura, que levantava a questão de poder ficar “em cima do muro”. O título da coluna era Indecisos x Convictos. Entre outras coisas, está lá: “Sei que indecisão é uma palavra depreciativa, mas muitas vezes se acerta mais ficando indeciso, sem tomar partido, do que adotando uma certeza burra.” Logo abaixo,  do Zuenir, estava a coluna do excelente antropólogo Roberto da Matta. Com o título De que lado você está?, o antropólogo, quase que rivalizando com o escritor Zuenir, solta:”Você fica neutro quando um presidente da república e um partido que recusou a assinar a Constituição e foi contra o Plano Real usam de todos os recursos do Estado que não lhes pertencem para ganhar o jogo?”. Mais à frente arremata: “Não esconda o seu medo de decidir com argumentos bacharelescos. Diga de que lado você está. Lembre-se que nesse mundo não há deuses ou super heróis. Há apenas pessoas comuns que são candidatos temporários a cargos que têm uma enorme e decisiva influência em nosso destino!”.

Diante disso, milhões de coisas me vêm à mente. Não dá tempo, nem espaço para colocá-las aqui. No entanto, penso que, se esta é a eleição da polarização, se nossa democracia chegou ao ponto de disputas maniqueístas, nada mais óbvio que tomar partido de alguma coisa. Se esta eleição preconiza o que o presidente e toda a corja de asseclas que lhe beijam as mãos e pés, fizeram pelo “povo” menos favorecido e demoniza o velho “neoliberalismo” de um governo que ficou para trás há apenas oito anos; ou, por outro lado, se a eleição pauta-se num governo que colocou a economia do Brasil nos trilhos e projetou o país no panorama internacional, rechaçando a visão “marxista-esquerdista-romântica-decrépita” da esquerda desse país. Não importa. Importa escolher um dos lados e, como em qualquer competição que valha alguma coisa, todos decidam em que lado vão ficar. Lembrando que o que vale mesmo é o projeto de política e governo que se quer para os próximos quatro anos.

Mas, se você quer, ou queria uma terceira opção, lamento. O processo para que se acabe o que está escancarado por aí, ainda vai demorar muito tempo e tem tudo a ver com o fato de não querermos mais ser tratados como meros coadjuvantes iletrados que não se informam e não sabem questionar a ordem vigente. Ou seja, depende somente de nós, que queremos mais opções.

Vida que segue. Até.

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Celebrar é preciso

Como disse no post sobre os Trolls, infelizmente vivemos num mundo que está ficando cinza, sem cor, sem graça e onde as pessoas não conseguem rir mais de si mesmos. Estamos ficando muito carrancudos e quando vemos que está no vídeo abaixo, a primeira reação é jogar pedras nas pessoas que ainda conseguem rir de si mesmas. Observe atentamente o vídeo, não é nada ofensivo, pelo contrário. Repare nas locações:

Como disse, as pessoas não se dão mais o direito de achar aquilo que elas passaram na vida como algo engraçado. Esse vídeo tem recebido severas críticas de várias associações judaicas e pessoas que se sensibilizam com o que os judeus passaram durante a Segunda Guerra Mundial.

Este senhor que, descoordenado e sem ritmo, dança com jovens em Auschwitz e Dachau, nada mais é do que um sobrevivente desses campos de concentração. Ele tem 89 anos e quis, da sua maneira, celebrar com os netos - os jovens que aparecem no vídeo - a continuação da vida. Se ele não tivesse forças para suportar o horror que viveu, jamais veria a vida dos jovens que o acompanhavam.

Ao som de I Will Survive (Eu Sobreviverei), ele dança sobre aquilo que a maioria das pessoas considera como o maior horror que o ser humano já impôs aos seus semelhantes. Por mais que muitos possam se sentir envergonhados e considerar uma falta de respeito, rebato tudo isso relembrando uma frase do Shakespeare que eu repito aos quatro ventos: "Só ri de cicatrizes, quem não as tem".

Até.

P.S.: Esse foi um texto inspirado pela excelente reportagem da Revista Piauí .

TROLLAGEM DO BEM

Pelo pouco que sei, hoje é o dia da “trollagem do bem. Eu poderia ficar curioso em saber que coisa é essa. Eu poderia sair por aí me informando. Mas não quis. Porque já imagino o que seja. E justamente por isso, resolvi escrever esse post.

Já é sabido, há algum tempo, por quem vive na internet, o que é um troll. O vlogueiro Felipe Neto já fez um post sobre isso e diversas pessoas se vêem, constantemente, “ameaçadas” por essas criaturas. Um troll, de acordo com a maioria das pessoas, é aquele indivíduo que, tendo um blog, um vlog, um pod cast, participa de um fórum e uma infinidade de outros recursos na internet,  e resolve expressar sua opinião.

No entanto, o troll ganhou essa alcunha porque, muitas vezes, é um chato, que só sabe falar mal das pessoas ou perturbá-las com as suas opiniões, não consegue escrever frases longas, não desliga a tecla CAPS LOCK, não conhece a acentuação das palavras nem dividi-las em sílabas.

De repente me surge este “movimento” chamado TROLLAGEM DO BEM. Qual seria a intenção dos caras? Dizer que todo troll, na verdade, é uma pessoa como outra qualquer e é um pouco carente? Ou que, ao invés de ficar azucrinando a cabeça dos outros, vai ficar dizendo coisinhas mimosinhas e carinhosas em vez de ficar atormentando os outros?

Mais do que isso: mesmo os trolls sendo um saco, descubro a cada dia que é quase proibido nos dias atuais, termos uma opinião definida. Veja bem, eu estou dizendo OPINIÃO DEFINIDA, não opinião inflexível. Na Contemporaneidade, é quase um insulto quando as pessoas manifestam suas opiniões com veemência. Todo mundo se sente ofendido quando alguém demonstra que tem uma opinião diversa sobre isto ou aquilo.

Já demonstrei em outro post que podemos e devemos colocar para fora todas as opiniões que possuímos. Devemos produzir todo e qualquer conteúdo que quisermos disponibilizar. A graça da internet está no fato de ela ser tão democrática e heterogênea. Quando alguns teóricos dizem que a internet está perdendo a qualidade porque não há mais referências para abalizar nossas opiniões, eu digo que é exatamente a extinção desses tais “formadores de opinião” que estragam as coisas. Devemos pensar de maneira ampla, ou seja, a todo e qualquer momento construírmos uma idéia sobre alguma coisa e depois a abandonamos ou adicionamos outra idéia porque assim é o mundo: em constante formação e transformação.

Portanto, não existe “trollagem do bem”, existe todo mundo manifestando suas opiniões, mesmo que essas opiniões sejam divergentes das nossas.

Até.

domingo, 1 de agosto de 2010

SOU PROFESSOR, SIM!


Todo mundo que costuma vir nesse lugar chamado blog, já tá cansado de saber que eu sou professor. Faço sempre questão de repetir e dizer isso para as pessoas, para ninguém pensar que eu sou só mais um adolescente frustrado ou sem nada para fazer, que decidiu fazer um blog e colocar toda a bíle e todo suco gástrico do seu corpo para fora, quando tem que falar mal de alguma coisa.

Essa não é uma profissão que você escolhe da noite para o dia. Não é uma profissão que você escolhe porque não conseguiu escolher nenhuma outra. É preciso vocação. É preciso coragem. É preciso dedicação. É preciso paciência e uma porrada de outras coisas. Pois, depois que se entra dentro de uma sala de aula, tudo pode acontecer. Tudo mesmo.

Já encarei situações que muitas pessoas não imaginariam que isso ocorreu dentro de uma sala de aula. Entre briga de alunos, briga de alunas, pais rebocando seu filhos por causa do boletim, pais se acabando em lágrimas pois não sabem o que fazer com os filhos. A lista é comprida.

Mas o motivo deste texto é levantar mais uma vez a minha voz contra uma coisa que estou percebendo já a algumas semanas. De repente, de maneira sorrateira, a revista VEJA, anda inserindo alguns artigos em seu conteúdo, versando sobre o panorama da educação no Brasil. Por si só, esse já é um grande serviço jornalístico. No entanto, o que é visivelmente nítido, é uma série de ataques contra a profissão de professor. Constantemente, percebo que os jornalistas ou outros especialistas que se põem a escrever sobre educação e o cotidiano das escolas, atacam livremente o que ELES consideram ERRADO no ofício de professor.

É um tal de falar mal de professores que “perdem tempo” expondo suas visões ideológicas; apoiando iniciativas que pretendem “cronometrar” as atividades de um professor dentro de sua sala de aula; questionar o fato de professores não oferecerem estímulos aos seus alunos para tornar a aula interessante. E por aí vai.

Não sei de ninguém, sei o que eu passo dentro de uma sala de aula. Sei das pressões dos meus alunos e dos meus patrões em torno das questões que lhes interessam. Aos alunos, como para qualquer adolescente médio, interessa menos uma aula onde o conteúdo venha formatado de uma maneira que ele não quer saber, do que dialogar e questionar tudo aquilo que lhe está sendo apresentado, ele quer que a aula, seja como for, seja interessante para ele. Aos patrões, lhes interessa manter o padrão de ensino e disciplina que marcam a história da instituição, e que os professores não faltem nem cheguem atrasados.

De resto, os conteúdos aprendidos são outros 500. Sim, é outra história! Porque só o aluno sabe o que ele vai fazer com aquele conteúdo. Se ele vai saber calcular a área de um quadrado, se ele sabe qual é o agente da voz passiva, se o relevo do continente americano é assim ou assado, ou se Calabar foi ou não traidor dos brasileiros. Isso são coisas que não competem aos professores, fazer com que o aluno tenha a mesma paixão que ele por tais assuntos ou matérias.

Cada vez mais, recai sobre a escola e sobre os professores, a tarefa de ensinar ao aluno a leitura que ele vai fazer do mundo, o que ele vai fazer com essa leitura, como ele vai fazer essa leitura. E mais, exigem da escola que os alunos sejam educados, que tenham noções de civilidade, de ética (apesar da revista achar que não se deve ensinar ética nas escolas). A lista de exigências sobre uma instituição de ensino é longa. Muitas vezes mais obrigações do que direitos, como o pagamento em dia das mensalidades por parte dos pais.

Cobrar como deve ser a postura de um professor dentro de sala é mole. Dizer, baseado em estatísticas, o que “pode e deve” ser feito, também é fácil. Acredito que os jornalistas estão se voltando cada vez mais contra o magistério, em virtude do rancor que ficou depois que qualquer um pode exercer sua profissão sem um diploma. Quem sabe, munidos de outros dados e conhecimentos, que não os que são ensinados para a formação de um professor, eles possam dar aulas melhores.

Fica a aposta.

quinta-feira, 22 de julho de 2010

EU ESCREVO!

Sim! Eu escrevo! Estou vivo! Sim, eu estou vivo! Às vezes nem sei em que circunstãncias. Mas eu sei que estou vivo.

Esse texto nasce de uma insônia ou uma insistência em não querer dormir... qualquer erro pode ser desculpado? O rexto sai quase na expontaneidade. Eu tento manter essa droga de blog atualizado. Vejo que há visitas. Ele fez aniversário em maio. Aniversário como blog e como plataforma – olha a grandiosidade que eu coloco nas coisas – para todo o tipo de coisas que eu penso e resolvo compartilhar. Aliás, Internet, blogs, orkut, twitter e outras coisas do mundo internético são coisas para compartilhar. Ainda que nêgo ainda não faça nenhuma questão de saber as coisas que você quer compartilhar. Haja visto o Twitter. A maioria tem mais seguido que seguidores. Eu procuro manter um equilíbrio entre esses números. @Bruno_Daesse. Nesse momento está em 34 seguido e 42 seguidores. Eu acho.

Tento manter um programa de rádio gravado que só toca as coisas que eu penso sobre música, ou os temas que eu imagino. No programa ao vivo, que tá meio largado e que eu gostaria que estivesse me melhores condições. Toca qualquer coisa que eu imaginar, sem tema. Mas que as pessoas escutam e acabam gostando.

Eu não tenho VLOG, não posso, repito, não posso colocar minha cada a tapa, pois sou funcionário público. Imagina se o meu governador descobre as coisas que eu faço e falo? Sei lá. Para aqueles que ainda são meio fiéis a este lugar, eu aviso: EU ESCREVO! E você ainda pode ler algumas das coisas que eu escrevo.

Até outra oportunidade.

sexta-feira, 2 de julho de 2010

Considerações sobre a Copa

Não tenho muito o que falar sobre a derrota do Brasil. Nem falei nada sobre a Copa do mundo. Até porque, eu não torço só pelo Brasil, eu torço para que esse evento seja sempre grandioso e que eu fique rouco de tanto gritar “gol!”.

Mas uma coisa precisa ser dita: por que temos que sofrer com a derrota de uma seleção? Por que temos que largar nosso trabalho, nossos afazeres, para ficar 90 minutos olhando a seleção nacional? Minha mulher perdeu três dias de trabalho. Deixou de ganhar mais de mil reais com a mania nacional de parar tudo para ver a seleção.

Podem dizer o que quiser. Mas, num mundo perfeito, a vida continua mesmo quando tem um jogo de futebol. Por que ninguém para a sua vida para assistir aos jogos do Flamengo ou do Palmeiras? Por que gastamos tanto dinheiro com uns caras que ganham muito mais que todos nós?

Às vezes acho isso tudo irracional. Sinceramente queria entender esse sentimento, essa quase histeria coletiva. E no fim, tudo se resume a pessoas bêbadas, papel picado, churrascos, gritaria e prejuízo financeiro.

E o que é pior, em dias de jogo, quando as pessoas são liberadas de seu trabalho para assistir aos jogos, sai todo mundo correndo para casa e o trânsito fica insuportável. Isso porque a Copa é na África do Sul. Imagine em 2014 como vai ser. No Rio de Janeiro, temos dois estádios que sediarão jogos, todos perto da minha casa. Ninguém vai se mover.

A pátria de chuteiras tira uma pausa até 2014.

quarta-feira, 30 de junho de 2010

STRIKE, DE NOVO!

Eu podia deixar só o vídeo abaixo rolar e ele iria falar por si só. Observe e analise:





SE você não tiver entendido tudo, aqui vai a letra:


Se já não sei quem eu sou
e vivo sempre a esperar, a tendência, a tendência
mudei o look e aumentou 
minha audiência sem eu precisar de essência, de
essência
posso ser triste ou emotivo, alegre ou deprimido, eu
mudo até você me aceitar
posso ser um nerd assumido ou um fashion colorido
o que importa é alguém comprar
se quer saber, cansei, o mundo me ignora
e elas não ligam pra mim, 
voltei, sou rockstar agora, vazio por dentro mais por
fóra perfeitin

Se eu bombar, meu site na internet você vai me amar, 
vou tocar no seu rádio até você cansar, e na tv vou
estar, 
serei teu vício,
e eu já choro até, 
e se não tivér letra é só cantar yeah yeah, 
se falta conteúdo vai sobrar mulher, 
sou inútil mais não sou qualquer, 
você vai querer estar comigo

Eu hoje aperto a calça pro volume ser maior,
se esquento a franja pra alto estima é melhor
de nike e gola V pra causar no shopping e conquistar
você

se quer saber, cansei, o mundo me ignora
e elas não ligam pra mim, 
voltei, sou rockstar agora, vazio por dentro mais por
fóra perfeitin

Se eu bombar, meu site na internet você vai me amar, 
vou tocar no seu rádio até você cansar, e na tv vou
estar, 
serei teu vício,
e eu já choro até, 
e se não tivér letra é só cantar yeah yeah, 
se falta conteúdo vai sobrar mulher, 
sou inútil mais não sou qualquer, 
você vai querer estar comigo

mas eu não tenho nada a acrescentar
só interesseira que tenta aproximar
na capa da revista TEEN pra você olhar
uo uo u baby

Se eu bombar, meu site na internet você vai me amar, 
vou tocar no seu rádio até você cansar, e na tv vou
estar, 
serei teu vício,
e eu já choro até, 
e se não tivér letra é só cantar yeah yeah, 
se falta conteúdo vai sobrar mulher, 
sou inútil mais não sou qualquer, 
você vai querer estar comigo

uo uooo uo uoo baby
serei teu vicio
uo uooo uo uoo baby
serei teu vício




Essa é a segunda vez que eu posto uma coisa sobre o Strike. Minha mulher disse que eu não deveria dar IBOPE para esses caras. Mas, para e pensa, será que você entendeu direito ? Não que eu esteja menosprezando sua capacidade cognitiva. O fato é que: se os caras tentaram fazer uma crítica, na minha opinião, eles estão dentro dos parâmetros que eles criticaram. Se pretendiam falar das modinhas, esqueceram que eles SÃO MODINHA!


Definitivamente, essa banda não me agrada. E não é pelo som deles. Isso, prefiro nem comentar, vivo falando mal dessas porcarias. Mas desde aquela vez em que eles fizeram uma fã beber mijo, eu fiquei muito puto da minha vida e não aceito mais ouvir nem ver as baboseiras e idiotices que esses caras cometem.




Por isso, CUIDADO COM  AQUILO QUE VOCÊ ESTÁ ESCUTANDO E CURTINDO.




Em tempo, bom mesmo, só a participação do GERALDO MAGELA. Mas, mesmo assim, os caras se utilizaram do fato de ele ser cego e usá-lo como um empresário que nada enxerga e acaba contratando-os. Será que isso é porque a vida imita a arte? Será que o empresário e produtor do Strike é surdo?

Obrigado, sempre!

Bem Amigos,

Sei que tem algum tempo que essas mal fadadas linhas não aparecem. Mas é por causa da correria. Peço desculpas para o Povo e para a Pova que por algum motivo acompanham essa bagaça. Se isso for uma realidade, o que eu nem sempre acredito que é, muitos já devem ter visto que eu não estou mais fazendo meu programas gravados. Já devem ter visto no página inicial, que agora ele está sendo transmitido através da Rádio Stronda.

Consegui um lugar na rádio dos caras com muita insistência. Depois de vários e mails e testes.

Essa ainda não é a coroação do meu trabalho. Digo trabalho porque, desde setembro de 2008, venho me esforçando e enchendo o saco de muita gente para firmar o meu nome. Não sei por qual cargas d´água, hoje é possível dar Google no meu nome e ter um monte de ocorrências. Não fiz isso só para aparecer. Afinal, hoje em dia, a internet é para isso mesmo: aparecer. Mas antes de tudo, fiz o que fiz, para provar, para mim mesmo, que é possível. Quando se quer e se gosta de fazer alguma coisa, basta ficar fazendo força e empurrando que tudo vai dar certo, algum dia.

Por enquanto, o modelo que deu certo, foi o do rádio. Meu Bordão de abertura o "Bom dia, bom dia, bom, boa tarde, boa tarde, boa tarde, boa noite, boa noite, boa noite!", já é repetido por algumas pessoas quando me conhecem.

A frequência aqui do blog tem aumentado aos poucos. Não sei por quê. Mas estou notando isso.

Por isso, quero agradecer a qualquer um que me visita e fica lendo e escutando as coisas que eu penso. Prometo que algumas coisas vão mudar e melhorar, apesar de eu fazer um monte de promessas e não cumprir. Ainda falta a epopéia do "abecedário do rock", mas acho que ainda tenho tempo e espaço suficiente para isso.

Portanto, obrigado a você e não deixe de sempre dar uma olhada nesse cantinho da internet. Mesmo quando você não estiver fazendo nada.

Obrigado.